O que é uma rua? Local de passagem, de travessia, de encontro, de permanência. Local em que as pessoas se movem e permanecem. Caminho para os lares de alguns, e lares dos desamparados. Não existe nada mais tudo do que a rua. A cidade, em sua complexidade, não existe sem ela. Os endereços existem a partir das ruas, todos os estabelecimentos, domicílios e transportes a têm como fim. É nela que a vida urbana ocorre, e não há nada melhor que ajude a entender o que é o ser humano urbano do que entender o que é a rua.

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A Augusta é, no final de contas, mais uma rua do centro de São Paulo. No entanto, tornou-se não mais apenas uma rua, mas um espaço urbano, uma mancha urbana, com seus trajetos e circuitos - como diriam os antropólogos urbanos. Os aparelhos de lazer presentes na rua e em seu entorno tornam o espaço único na capital paulista - e talvez no mundo -, com uma diversidade cultural e social de destaque na cidade, ligando o centro histórico ao consolidado centro comercial e cultural paulistano - a Avenida Paulista.

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Criada no final do século XIX, ela começa na Praça Roosevelt, atravessa bairros e ruas conhecidas no imaginário paulistano - como a Consolação e o Jardins, a Paulista e a Oscar Freire -, e morre no cruzamento com a Rua Estados Unidos, que escoa pelos Jardins e desemboca nas margens do Rio Pinheiros. Os marcos de início e fim da rua, claros em qualquer mapa, deixam escapar um terceiro marco, que divide a Augusta ao meio: a Avenida Paulista.

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A Paulista, uma das regiões mais altas da cidade, separa a Augusta em duas descidas, com formas, locais e públicos diferentes ao longo de seu tempos: a “Augusta dos Jardins”, que atravessa as alamedas e a Oscar Freire, historicamente é um espaço mais elitizado e empresarial, com hotéis de alto padrão no entorno, restaurantes refinados e poucos locais que abrem durante a madrugada, enquanto a chamada “Augusta do Centro” - ou “Baixa Augusta”, como ficou consagrada recentemente -, que cai na Praça Roosevelt, possui espaços diversos de lazer, desde bares, restaurantes e lanchonetes, até baladas e american bars, além de hotéis e espaços culturais que concentram públicos dos mais variados.

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Devido ao interesse que esta região central possui, este projeto se volta para a região entre a Paulista e a Roosevelt - dando nome ao site -, criando-se uma divisão pensada no uso dos espaços atualmente: a região da Avenida Paulista até a Rua Costa, região com uma forte influência empresarial, com muitas galerias, restaurantes e espaços de lazer diurnos e noturnos, local dos happy hours e dos produtos da moda alternativa; a região entre a Rua Costa até a Praça Roosevelt, que nas noites o público jovem se mistura com as garotas de programa, além das casas noturnas e bares; e locais próximos a Augusta, como a Rua Peixoto Gomide - entre a Augusta e a Frei Caneca - e a Praça Roosevelt, espaços que não são Augusta no logradouro, mas que ajudam a entender o fluxo e a vida no Baixo Augusta.

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Entender mais a rotina dos 1,7 quilômetros que separam a Roosevelt da Paulista, os espaços que possui e a relação com seus frequentadores, além de conhecer um pouco mais da sua história é o objetivo deste site - desenvolvido em fotos, vídeos e textos. Não há melhor maneira de conhecer o ser humano urbano pela rua, e cada história mostra uma das mil Augustas que existem em apenas uma.

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